O decanter é um objeto de grande utilidade para os apreciadores de vinho. Já foi considerado "frescura" ou esnobismo, uma forma de impressionar e servir bem. Hoje, porém, já é utilizado de forma quase corriqueira. Mas você sabe qual a real função do decanter?
O decanter é um recipiente de fundo largo e abertura estreita utilizado para separar sedimentos de um determinado líquido. No caso dos vinhos, além da retirada de sedimentos, o decanter serve também para oxigená-los, em virtude da maior área de contato do líquido com o ar. Esse contato provoca uma aceleração de sua maturação, intensifica os aromas da fruta, reduz a tanicidade do vinho, faz evaporar um pouco do alto teor alcoólico (muito comum nos dias de hoje), ajuda a diminuir um pouco dos eventuais aromas exagerados de madeira e ganha harmonia, tornando o vinho mais "macio" e menos agressivo.
Vinhos jovens, que pouco passam por madeira, não tem grande necessidade de decantação, apesar de que podem se beneficiar desse processo. Para os vinhos de média guarda a serem tomados com 5 a 8 anos de garrafa, a decantação se torna essencial quando tomados mais cedo. Já os vinhos de longa guarda, com 15, 20 ou mais anos de garrafa, não devem ser decantados por longos períodos de tempo. O vinho já evoluiu na garrafa e está mais fragilizado, podendo morrer se ficar no decanter por muito tempo. O ideal é decantar somente para eliminar os sedimentos existentes e servir de imediato, evitando que o vinho permaneça por muito tempo em contato com esse processo de oxigenação.
Há vinhos que pedem uma oxigenação maior, de até uma hora, como é o caso do vinho tinto Oenotria, da Vinícola Costa Lazaridi. Ele deve ser aberto, colocado em um decanter para "respirar" bem e ter então seus sabores amaciados. A diferença de sabor entre uma taça tomada assim que se abre a garrafa e uma tomada após uma hora de decantação é notável.
Faça a experiência e conte-nos o que achou!
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